sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Toracocentese

CONCEITO

Descrita pela primeira vez em 1852, por Bowditch, como um procedimento invasivo que permite retirar líquido ou ar acumulado entre a pleura visceral e pleura parietal  (espaço pleural). 
Trata-se de um procedimento seguro, sendo realizado por profissionais competentes, de grande valor diagnóstico e terapêutico.

INDICAÇÕES

Normalmente este procedimento serve para obter material de modo a determinar a natureza de um derrame pleural, e ao mesmo tempo permitir a localização exacta de uma possível drenagem
toracocentese com finalidade diagnóstica é indicada para confirmar a presença de coleções pleurais e obter amostra de liquido pleural paras avaliação laboratorial. A quantidade de material necessário para análise é de aproximadamente 30 a 50 ml.
Quando realizada com objectivo terapêutico, tem como indicações o esvaziamento da cavidade pleural ou infusão de substâncias nessa cavidade para tratar infecções, realizar exames contrastados e provocar a sínfise pleural.

LOCAL DA PUNÇÃO
O local encontra-se entre o 7º e 9º espaços intercostais, inferiormente ao ângulo inferior da escápula do hemitorax abrangido.

TÉCNICA

Após delimitado o local da punção e o posicionamento correto do utente, a pele é rigorosamente limpa com solução antisséptica e olocado um campo esterilizado. É administrada anestesia local com lidocaína. Posicionar a agulha em direção a borda superior da costela inferior, evitando dessa maneira acidentes com o feixe vasculonervoso. Localizado o espaço pleural é identificado a presença de líquido, deve-se retirar a agulha e introduzir o catéter. Após introduzido o catéter, o mandril deve ser removido e mantido no espaço pleural somente o cateter de plástico. Por fim deve-se conectar uma seringa de 20ml de material para análise. É prudente não remover mais de 1.500ml de liquido por procedimento, pelo aumento da probabilidade de complicações.

Após o procedimento realizar radiografia simples de tórax para controle e documentar as condições pos-toracocentese. 


COLHEITA DE LIQUIDO PLEURA

A seringa utilizada para este procedimento deve ser heparinizada. Para uma seringa de 20ml  utiliza-se um volume de 0,5ml, para evitar coagulação do liquido pleural. A amostra deve ser encaminhada imediatamente ao laboratório. Quando não for possível, sugere-se manter a amostra refrigerada (4 a 8ºC) ate o envio ao laboratório.

COMPLICAÇÕES

A complicação mais freqüente é o pneumotórax. Estudos prospectivos demonstram uma incidência entre 3% a 19% de pneumotórax pós-toracocentese. 
A tosse também aparece como outra complicação, ocorrendo no final da toracocentese, pela distensão subita dos espaços aéreos. A ocorrência desta complicação pode ser reduzida evitando a retirada de mais de 1.500ml de conteúdo intra-pleurático.
Quando drenados grandes volumes  ( acima de 1.500ml), pode ocorrer edema pulmonar unilateral, pela reexpansão pulmonar e desenvolvimento de uma pressão mais negativa.


Fonte: FALCÃO, L.F.R; COSTA, L,H,D; AMARAL, J,L,G. Emergencias fundamentos e práticas. São Paulo: Martinari. 2010 

Sem comentários:

Enviar um comentário