sábado, 15 de fevereiro de 2014

Preparação do Doente Cirúrgico

“O Ser Humano, quando afectado por uma enfermidade, torna-se vulnerável, razão pela qual merece ser olhado com muito respeito. É um doente, e não uma máquina a ser reparada ou um objecto a ser reconstituído”
“Ele (Ser Humano) está circunstancialmente afectado pela doença, ameaçado, às vezes de invalidez e morte. Isto faz surgir um sentimento de insegurança, solidão, medo e desamparo, levando-o a procurar na Equipa de Saúde não apenas a sua cura, mas também segurança, afecto e solidariedade.”

  (Silva e Nakata, 2005)



Cirurgia=Desconhecido=Ameaça
-…de morte
-…de perda de capacidades
-…de perda de funções (Ex: de papel parental)
-…de perda de controlo
-…de perda de capacidade de sustento
-…de dor


  Cirurgia= Ansiedade

A forma como cada um encara uma cirurgia depende de inúmeros factores:
-Do tipo de doença /cirurgia
-De experiências prévias (próprias, de familiares ou conhecidos)
-Do estado físico do doente (co-morbilidades, medicação habitual…)
-Do estado psicológico e mental do doente (ansiedade, depressão, fobias, psicoses..)
-Da idade
-Das expectativas / esperanças em relação à cirurgia
-Das características sócio-económicas e culturais do doente / família
-Do conhecimento relativo ao momento pré e peri-operatório

É, então, fulcral…a relação do doente / família com a Equipa de Saúde!



Assim, não basta seguir protocolos. Deve haver equilíbrio entre as rotinas inerentes a cada serviço e a cada cirurgia e a individualidade de cada pessoa que vai ser operada.
Cuidados de enfermagem comuns:
-Medicação pré-anestésica
-Anamnese (incluindo alergias)
-Avaliação de sinais vitais
-Tricotomia
-Banho
-Remoção de próteses e ortoteses
-Remoção de verniz
-Remoção de jóias
-Retirada de roupa interior / utilização de bata cirúrgica
-Jejum
-Preparação GI
-Colocação de cateteres (acesso venoso, algália, SNG…)
-Transporte até ao BO

“É imprescindível associar, ao exercício profissional, a tecnologia e o conhecimento da personalidade do paciente, mantendo a assistência digna a quem tem sentimentos e racionalidade, e não a um amontoado de sinais, sintomas e reacções.”   (Zen e Brutscher, 1986)
“Para que consigamos humanizar o atendimento de enfermagem, é preciso que a equipa seja consciencializada e preparada para fazer a diferença no cuidado, passando a entender o paciente de forma humana.”
        (Bedin, Ribeiro e Barreto, 2005)
“Um bom relacionamento entre enfermeiro e paciente reduz o impacto da cirurgia e as possibilidades de complicações, além de promover uma adaptação mais rápida…”   (Teixeira, 1994)


Sistematização da Assistência de Enfermagem Peri-operatória (Brasil, 2000)
-Não é considerada um protocolo ou norma, mas uma forma de atendimento integral e individualizado ao doente cirúrgico

-5 etapas:
-Identificação do doente e colheita de dados
-Visita pré-operatória
-Implementação dos cuidados de enfermagem durante o acto cirúrgico
-Implementação dos cuidados de enfermagem na unidade de recuperação pós-anestésica
-Visita pós-operatória


Simples de aplicar, adapta-se às necessidades de cada indivíduo, direcciona a prática
Aproxima enfermeiro, doente e família
Permite cuidados baseados em conhecimentos científicos

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