segunda-feira, 30 de junho de 2014

Luxação de Espaçador


Os espaçadores são utilizados com o intuito  de substituir provisoriamente os componentes protésicos infectados, servindo assim de ajuda para o seu tratamento.
Secundariamente, possuem diversas vantagens relacionadas com a qualidade de vida do paciente durante o tempo de cura da infecção, simplificando a cirurgia de revisão, tanto para a colocação da prótese definitiva como    para a própria  reabilitação do paciente.
Os espaçadores são conhecidos pelos seguintes factos:
    • Libertação eficaz do antibiótico (gentamicina ou tobramicina) “in loco”.
    • O núcleo metálico da prótese garante resistência ao stress mecânico fisiológico.
    • A presença do Espaçador  previne movimentos (levantamento) do extremo proximal do fémur com os consequentes desvios do eixo do membro inferior causados pela retração dos músculos periarticulares da anca, facilitando, deste modo, a posterior revisão e cirurgia de reimplante.
    •  A reabilitação do paciente é antecipada devido à correta movimentação e à possibilidade de caminhar.
    No entanto, por vezes, ocorrem situações como a descrita na imagem, tal como as próteses, também os espaçadores por vezes luxam. Assim, a correcta intervenção será uma ida ao bloco operatório para redução da luxação por via cruenta ou incruenta.

    Nota: No utente da foto em questão, houve necessidade de realizar estabilização do grande trocânter com cabo Dall Miles 

    segunda-feira, 23 de junho de 2014

    Ventilação Não Invasiva

    A ventilação não invasiva (VNI) refere-se à aplicação de um suporte ventilatório sem recurso a métodos invasivos da via aérea (entubação orotraqueal – EOT – e traqueostomia). 

    Em crescente uso, tem um papel cada vez mais importante, quer em patologia aguda (unidades de cuidados intensivos), quer na da doença respiratória crónica.

    Os objectivos da VNI são a diminuição do trabalho respiratório, o repouso dos músculos respiratórios, a melhoria das trocas gasosas e, nos doentes com doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), a diminuição a auto-Peep (positive expiratory end pressure). 

    Tem como principais vantagens evitar a  EOT, com a consequente diminuição dos riscos associados, nomeadamente infecções nosocomiais e lesão traqueal, evitando o trabalho dinâmico imposto pelo tubo endotraqueal; não sendo necessária sedação, permite ao doente falar, manter tosse eficaz e alimentação oral

    É fácil de instituir e de retirar e pode ser efectuada fora de uma unidade de cuidados intensivos (UCI). 

    Acarreta, por isso, uma diminuição do tempo de internamento hospitalar, da mortalidade e uma diminuição dos custos.



    domingo, 22 de junho de 2014

    TRATAMENTO DE LESÕES DESPORTIVAS COM RECURSO A CÉLULAS ESTAMINAIS CRIOPRESERVADAS



    Um estudo desenvolvido pela American Academy of Orthopaedic Surgeons concluiu que uma única injecção de células estaminais após uma cirurgia no menisco, pode ajudar a aliviar a dor e a acelerar a regeneração desta cartilagem.

    A investigação envolveu 55 pacientes com idades compreendidas entre os 18 e 60 anos submetidos a uma intervenção cirúrgica de remoção total ou parcial de um menisco rasgado.

    Os pacientes foram divididos em três grupos: o grupo A recebeu um dose de 50 milhões de células estaminais mesenquimais após uma semana da operação; o grupo B recebeu uma dose de 100 milhões; e o Grupo de Controle recebeu apenas hialuronato de sódio. Os resultados finais demonstraram que o grupo A e B obteve um aumento significativo do volume do menisco durante o primeiro ano mas, em oposição, nenhum dos pacientes do grupo de controle chegou sequer ao limiar de 15% no aumento do volume. Os pacientes do grupo A e B que sofriam com osteoartrite também sentiram uma redução na dor, ao contrário do grupo de controle.

    “A eficácia da aplicação de células estaminais no tratamento das contusões desportivas mais comuns, como a lesão no menisco, vem sendo comprovada com sucesso ao longo dos anos. Estas células estaminais adultas podem ser retiradas da medula óssea, do sangue periférico ou da gordura do próprio paciente mas o processo de colheita é muito invasivo, doloroso e possui um elevado risco de infeção para o dador. Como tal, a criopreservação das células estaminais provenientes do tecido do cordão umbilical dos filhos - um processo completamente não invasivo, indolor e sem qualquer risco para a mãe e para o recém-nascido - começa a ser cada vez mais pensado pelos pais, não só pela prevenção da saúde das suas crianças mas também da família, uma vez que as células estaminais mesenquimais indiferenciadas do bebê são 100% compatíveis com familiares diretos”, explica Héder Cruz, diretor da ECBio, empresa que desenvolveu o método de isolamento de células estaminais do tecido do cordão umbilical utilizado pela Cytothera.

    A lesão do menisco é uma das lesões desportivas mais comuns, especialmente no futebol, com uma taxa de insucesso de operações que pode chegar até aos 45%, o que implica que, mais tarde, os pacientes voltem a sofrer intervenções cirúrgicas. Mesmo nos casos de sucesso, após várias intervenções cirúrgicas, a capacidade do atleta na prática desportiva pode ainda ficar fortemente comprometida.

    A aplicação da terapêutica com recurso a células estaminais poderá ser uma opção viável para acelerar a recuperação e evitar paragens prolongadas dos atletas ou, até mesmo, o fim da sua carreira.

    Fonte: Ciência Hoje.

    domingo, 8 de junho de 2014

    Evidencia científica - Será benéfica ou não a utilização de gelo em lesão aguda

    Foi já em 1978 que o médico Gabe Mirkinn estabeleceu o termo RICE (Rest, Ice, Compression & Elevation) que rapidamente se tornou como um tratamento gold standard entre o profissionais de saúde como intervenção após lesão. No entanto, nos dias de hoje, o mesmo Gabe Mirkin já não partilha da mesma opinião, apontando para a falta de evidência na crioterapia.
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    Nichan “Nick” Zourikian, um fisioterapeuta do Hospital Universitário de Sainte-Justine (Quebec) tem feito várias publicações sobre este tema, das quais o próprio resumo como:

    "There clearly exists a dogmatic polarization on the use of ice in our physiotherapist/athletic therapist communities! Old habits die hard. Many colleagues (even in our hemophilia community) still insist on using ice…despite the current scientific evidence available"

    "Existe claramente uma polarização dogmática no uso de gelo na comunidade fisioterapeutica/atlética! Velhos hábitos custam a ser quebrados. Muitos colegas ainda insistem em usar gelo... apesar da evidência científica disponível atualmente"


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    Em 2013 os investigadores da NATA apresentam as suas conclusões sobre a intervenção na entorse da tibiotársica, após anos de discussão crítica. A evidência reunida por estes vai desde o nível de evidência "A" ao "C", sendo que posição geral foi de um nível de evidência C (Kaminski et al., 2013). O artigo afirma "Existe forte evidencia clínica que a administração crioterapia é limitada". A evidencia mostrou que as intervenções com melhores resultados seriam; reabilitação funcional, propriocepção, equilíbrio e mobilização.

    Qual o efeito do gelo na lesão?

    O gelo tem sido usado como tratamento padrão para lesões e recuperação da dor muscular uma vez que ajuda a aliviar a dor do tecido lesionado. A prática do RICE tem sido usada há décadas, no entanto parece que o Ice e o Rest podem atrasar o processo de recuperação, em vez de o acelerarem. Num estudo recente, os atletas exercitaram numa intensidade que provocasse dano muscular severo, de forma a que causasse dor muscular prolongada. Apesar do gelo atrasar a tumefacção, não acelerou o processo de recuperação muscular (The American Journal of Sports Medicine, June 2013). Um estudo de revisão de 22 artigos científicos encontrou que não existem quase nenhuma evidência que o gelo e a compressão acelerassem o processo de recuperação quando comparado com apenas compressão, apesar de o gelo adicionado ao exercício poderá marginalmente ajudar a recuperação de entorses no tornozelo (The American Journal of Sports Medicine, January, 2004;32(1):251-261).


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    A recuperação necessita da inflamação
    Quando a lesão tecidular através de trauma ou de desenvolvimento de dor muscular por exercício intensivo, a recuperação ocorre através de um processo imunitário, que utiliza os mesmo mecanismos biológicos que usam para matar germes, chamado de inflamação. Quando os germes entram no corpo, o sistema imunitário envia células e proteínas para a área infectada para destruir estes germes. Quando os músculos e outros tecidos são danificados, o sistema imunitário envia as mesmas células inflamatórias para o tecido lesionado para promover a recuperação. A resposta tanto à inflamação como à lesão tecidular é a mesma (Journal of American Academy of Orthopedic Surgeons, Vol 7, No 5, 1999).

    O gelo impede a entrada das células necessárias para a recuperação no tecido lesionado
    Aplicar gelo no tecido lesionado provoca uma constrição no vasos sanguíneos circundantes e quebra com o aporte sanguíneo que leva as células necessárias para a recuperação da inflamação (Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc, published online Feb 23, 2014). Estes vasos sanguíneos parecem não reabrir por algumas horas após a aplicação do gelo. Esta diminuição do aporte sanguíneo pode causar morte tecidular por falta de aporte sanguíneo e pode, até mesmo, causar lesões nervosas permanentes.


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    Tudo o que reduz a inflamação também atrasa a recuperação
    Qualquer tratamento que reduza a inflamação, também irá atrasar a reposta imunitária e, por conseguinte, a recuperação muscular. Assim, a recuperação poderá ser atrasada por:

    • medicação cortiscosteroide,
    • anti-inflamatórios não-esteroides, por exemplo, ibuprofeno (Pharmaceuticals, 2010;3(5)),
    • supressores imunitários, muitas vezes usados para tratar a artrite, cancro e psoríase,
    • aplicação de gelo,
    • qualquer coisa que diminuia a resposta inflamatória.

    O gelo também diminui a força, velocidade, resistência e coordenação
    O gelo é muitas vezes usado como tratamento a curto prazo para ajudar o atleta a retomar o jogo. Este arrefecimento pode ajudar a diminuir a dor, no entanto interfere com a força, velocidade, resistência e coordenação do atleta (Sports Med, Nov 28, 2011). Nesta revisão, foram incluidos 35 estudos sobre os efeitos da aplicação do gelo, em que a maioria efectuava uma aplicação de 20 minutos e reportaram que imediatamente à aplicação, ocorria uma diminuição da força, velocidade, potência e agilidade durante a corrida. Os autores recomendam que quando se utilizar o gelo para limitar a tumefacção, deve ser aplicado apenas 5 minutos, seguidos de uma aquecimento prévio ao retorno ao jogo.


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    Gabe Mirkin recomenda que as pessoas que estejam lesadas parem imediatamente de fazer exercício. Se a dor é severa, se estão incapazes de se mover ou se estão desorientados ou que tenham mesmo perdas de consciência, devem ser vistos de emergência por um médico. Se possível, deve-se elevar o membro lesado para utilizar a gravidade para ajudar a minimizar a tumefacção. Se a lesão for muscular, a aplicação de uma banda de compressão poderá ajudar. Uma vez que aplicar gelo numa lesão reduz a dor, é aceitável utiliza-lo na região lesada por curtos períodos de tem imediatamente após a lesão. Poderá ser aplicado o gelo até um máximo de 10 minutos, retira-lo por 20 minutos e repetir a aplicação de 10 minutos, uma a duas vezes. Não há motivo para aplicar gelo mais de 6 horas após a lesão.




    terça-feira, 3 de junho de 2014

    Dermaclose

    Evidências descrevem este produto como sendo um dos preferidos actualmente para fechar feridas abertas, com um especial destaque nas fasciotomias.
    Instructions by Eduardo Bernardino
    Utilizando uma espécie de âncoras subcutâneas, estes pontos de aproximação tornam-se especialmente eficientes, diminuindo exponencialmente o tempo de cicatrização da ferida.



    Para mais informações específicas, podem consultar o site: http://www.dermaclose.com/

    Dispositivo israelita ajuda a corrigir má postura

    Um ex-piloto da Força Aérea israelita desenvolveu um dispositivo que promete ajudar a corrigir a postura e evitar desde uma simples lombalgia até casos mais graves de escoliose.
    O UpRight  usa diversos sensores que vibram suavemente quando a pessoa começa a ter uma postura menos correcta. (por exemplo sentar de forma errada ou curvar a coluna).
    Pequeno e leve (cerca de 30 gramas), o dispositivo é fixado na parte inferior das costas por uma fita adesiva hipoalergénica e funciona com uma bateria de polímero de lítio que pode ser recarregada via USB.
    De acordo com Oded Cohen, criador do UpRight, o dispositivo foi projectado para combater a “epidemia da má postura”, fenómeno causado pelo grande número de horas que passamos debruçados em frente do computador, por exemplo.

    A empresa está na fase de angariação de fundos através do site de financiamento coletivo Indiegogo para tornar o produto viável.
    A má postura não só causa dores nas costas como também tem efeitos negativos na respiração, função dos órgãos internos e até mesmo na produtividade.

    segunda-feira, 2 de junho de 2014

    Manequim tecnológico simula emoções para treinar médicos e enfermeiros!

    O hospital universitário de Sheffield Hallam, na Grã-Bretanha, está a testar um novo método para treinar estudantes de Medicina e Enfermagem.


    Trata-se de um manequim de treino que, quando visto sob a lente de um aplicativo de tablet, mostra uma imagem em 3D de uma "pessoa real", com emoções, dores e aparência características de determinadas doenças.

    São gravações variadas, feitas por actores, simulando problemas médicos. 
    Objectivo: médicos e enfermeiros aprenderem a 'ler' expressões faciais 
    O manequim reage então a estímulos provocados pelos estudantes.

    Para Mandy Braislford, palestrante sénior do hospital universitário, isso permite avaliar a técnica usada pelos futuros enfermeiros e médicos - bem como a forma como eles tratam o paciente.